terça-feira, 2 de agosto de 2011

MILITAR Triatleta X TRIATLETA Militar



Em 18 Fevereiro de 2012, completo 21 anos de minha incorporação ao Exército Brasilero, que se deu através de concurso, vestibular, e após a aprovação o sonhado ingresso na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas, única porta de entrada para a Academia Militar das Agulhas Negras - Berço de Formação do Oficial Combatente de Nosso Exército.
Cinco anos de formação em regime de internato, com liberação nos fins de semana em que não estavamos de serviço ou empenhados em outras atividades, faziamos avaliações (provas) invariavelmente toda semana, calculo 1, calculo 2, e para quem ficasse de segunda época calculo 3 perdendo neste caso um mês de férias,o mesmo para a cadeira de física (física 1, física 2, física 3), topografia, redação e estilística, idiomas, geometria descritiva, filosofia, direito, história militar, pscicologia, e mais as inúmeras matérias inerentes ao ensino militar, no meu caso Engenharia! Detalhe, o ato de colar representa expulsão sumária! Portanto ou você estuda ou reprova e neste caso é desligado - RUA !
Somado a carga de aulas, estudos e provas; a pressão exercida sobre o Cadete, para que este aprenda a menter o equilíbrio emocional nas diversas circunstâncias e desde cedo seja responsável pelos seus atos! Então alguns dizem, educação vem de casa, ao que concordo, mas reeducação de hábitos dá-se no dia a dia, desde que haja disposição; e nesta casa ou você se enquadra ou é expurgado, como aconteceu com muitos!
Somados todos os períodos, tínhamos em média dois meses de treinamentos de campanha no ano, também conhecido como acampamento; isto representava fome, frio, muito sono; por vezes era 1 hora de sono por noite; e acima de tudo a vontade de superação e cumprimento da missão!!!
Dentro de tudo isto arrumavamos tempo para a parte física, seja no Treinamento Físico Militar que se dava de forma coletiva ou no caso dos atletas o treinamento dentro das equipes esportivas, no meu caso natação.
E quando você sai da AMAN, acabou? Pelo contrário, a responsabilidade aumenta e a carga de trabalho também!
Então ser militar de fato não é simplesmente vestir uma farda e prestar continência; mas sim incorporar valores e labutar por uma causa! O sálario me é de suma importância; mas aos 16 anos de idade quando entrei para a Força não tinha esta ambição, vivia a busca de um ideal.
Para conseguir ser atleta da seleção militar de triathlon, foram inúmeros treinos na madrugada e noite, e tantos finais de semana empenhados exclusivamente em treinos que nem seria capaz de contar; vida social ZERO....depois de casado e com filhos, o prejuízo não era somente meu, mas compartilhado com meus filhos e esposa.
Arrependimento; pelo contrário; tenho imensa gratidão pelas oportunidades que tive de treinar e competir no Alto Rendimento. Tenho ciência do meu lugar, não sou nenhum campeão olímpico, mas um oficial do Exército que com muito sacrifício participou no alto rendimento de importantes provas, e que teve conquistas que sequer sonhava!
Portanto como MILITAR Triatleta; me sinto representante dos inúmeros amigos Militares atletas que ajudaram a construir o triathlon dentro das Forças Armadas!

BRASIL !!!